Ministra do Mapa diz que agricultura não pode ser tratada como vilã

 A forma pela qual a agricultura brasileira tem sido vista por parte da sociedade e por alguns integrantes da comunidade internacional é como se fosse vilã das mudanças climáticas ou do meio ambiente. Essa é a avaliação é da ministra Tereza Cristina.

Segundo a ministra, existe de fato uma preocupação grande com mudanças climáticas ao redor do mundo e que “ninguém tem pretensão de negar isso”, porém ressalta que os agricultores são os principais interessados no clima e em ter chuvas com regularidade. “Fica parecendo que para produzir a gente tem que destruir o meio ambiente, e não é isso. Temos 66% de vegetação nativa intacta e estamos trabalhando há muito tempo para fazer uma agricultura sustentável”, afirmou.

Tereza Cristina afirma, ainda, que há gente colocando outros ingredientes e interesses na discussão ambiental. “Eles acham que a agricultura brasileira é muito competitiva. E é mesmo, mas não é destruindo a imagem do Brasil que eles vão conseguir. O Brasil foi vilanizado, botaram o alvo nas nossas costas e o povo está dando tiro”, disse. Para ministra, o tema ganhou mais atenção após a assinatura do acordo União Europeia-Mercosul, fechado em junho de 2019. 

A finalidade na Índia é diversificar a pauta de produtos exportados pelo agronegócio brasileiro e oferecer novas oportunidades para os agricultores e pecuaristas do Brasil. Além de commodities, ela tem discutido a venda de produtos como feijão, gergelim e grão de bico para os indianos. “Abrir mercado não dá para ser por telefone, é olho no olho”, afirmou Tereza Cristina. 

De acordo com a ministra, a cadeia se organiza quando começa a exportar, o que eleva a competitividade e a renda. Também foi debatida a possibilidade de redução de tarifa para carne de frango e suína e a abertura do mercado para citrus. 

Tereza Cristina enalteceu a liderança brasileira em pesquisas e inovações para a agropecuária tropical, dizendo que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pode ser um atrativo nas negociações bilaterais. 

Ela citou as possibilidades para o Brasil diante do interesse dos indianos em começar a produzir etanol e em mudar sua matriz energética. O governo do primeiro-ministro Narendra Modi quer chegar a 20% de etanol na mistura com a gasolina – hoje não passa de 7% – e demonstrou interesse nos motores flex do Brasil. “É um jogo de ganha-ganha”, resume, citando que o Brasil tem equipamentos de última geração e tecnologias inovadoras que os indianos podem adquirir. 

“As conversas estão acontecendo, mas não é do dia para a noite. Agora, só anda se tiver interesse, se não a gente vem aqui e fala bonito, vamos embora e ninguém dá continuidade. Mas, na minha percepção, o momento é bom”.

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